sexta-feira, 26 de março de 2010

PROGRAMA DAS AULAS


Módulo I – Indústria fonográfica: da configuração à reconfiguração

O módulo I tem por objetivo traçar um panorama do desenvolvimento da indústria fonográfica e seus desdobramentos no Brasil, abordando suas principais transformações históricas e no seu processo de produção. Serão apresentadas também as relações entre atores-chave do setor: as indústrias de hardware e as indústrias de software, as gravadoras majors e selos/gravadoras independentes, os artistas e as gravadoras. As questões apresentadas nos ajudam também a debater: o que significa a tão disseminada crise da indústria fonográfica?

Aula II (24/03) - Panorama geral: estudos de música no Brasil

Discutir a presença e importância da música no cotidiano da sociedade contemporânea e apresentar de forma breve como a música é abordada a partir de diferentes perspectivas teóricas. A música pela ótica da Economia Política da Comunicação, da Antropologia, dos Estudos Culturais, da História/Memória e da Economia da Cultura.

Aula III (31/03) - A estrutura da indústria fonográfica: a configuração das multinacionais

Apresentar um panorama da indústria fonográfica e seus reflexos no Brasil, seu surgimento e as principais transformações ocorridas em sua configuração, assim como a relação entre a indústria de tecnologia e a indústria fonográfica (ou indústria de hardware e indústria de software).

Aula IV (07/04) - A indústria fonográfica no contexto da globalização

Aprofundar o debate sobre a indústria fonográfica no contexto da globalização, a manutenção ou crise do modelo que aglutina "artistas de catálogo" e "artistas de marketing", a flexibilização e terceirização da produção e a relação com as gravadoras e os selos independentes.

Aula V (14/04) - A produção independente

Traçar um panorama da chamada produção independente no mundo e no Brasil, discutir o conceito de indústria cultural, o conceito de independente e de que forma as autodenominadas independentes constroem o seu discurso em oposição ao conceito de indústria cultural. Análise do caso Biscoito Fino.

Aula VI (28/04) - Gêneros regionais: especificidades da indústria fonográfica brasileira

Discutir a relação entre a cultura regional e a indústria fonográfica, entre a produção nacional e a produção global e debater as perspectivas de fomento à cultura local/regional/nacional como forma de desenvolvimento.


Módulo II – Indústria musical: novos modelos de negócio

O módulo II tem como objetivo discutir os conceitos e os debates que giram em torno dos novos modelos de negócios propiciados pela maior disseminação e pelo barateamento das novas tecnologias de informação e de comunicação, bem como discutir os principais desafios colocados a estes modelos: a sustentabilidade, a informalidade e a diversificação da produção. Neste cenário, novos conceitos e campos de conhecimento - como indústria criativa, indústria do entretenimento, economia da cultura - procuram analisar a produção cultural a partir de novos indicadores, que possam inclusive subsidiar políticas públicas na área de cultura.

Aula VII (05/05) – Para além do mercado tradicional

Introduzir os conceitos e os debates que giram em torno dos novos modelos de negócios musicais, a descentralização da produção, a cultura como estratégia de desenvolvimento e como direito humano, bem como os discursos que negam a dimensão mercadológica da cultura do compartilhamento. A discussão deve ser acompanhada da análise de casos.

Aula IX (19/05) – Open Business Models: mudanças no paradigma do copyright

Discutir o conceito de Open Business Models a partir da análise do Tecnobrega e de outros casos similares no Brasil e no mundo.

Aula X (26/05) Práticas colaborativas: os usos da música em rede

Discutir a relação entre os novos modelos de negócios, o ideal do compartilhamento livre de música e as estratégias para a reestruturação da indústria fonográfica.


Módulo III – Propriedade intelectual: a grande fonte de disputa nos dias de hoje

O objetivo do módulo III é discutir um dos temas mais importantes no debate da Economia Política nos dias de hoje: a propriedade intelectual. Quais os novos desafios impostos ao direito autoral diante da maior facilidade de reprodução e compartilhamento de informações e bens culturais propiciada pelas novas tecnologias? Como conciliar o direito autoral e o direito de acesso à informação, à educação e à cultura? Como se constitui o debate público sobre a pirataria e quais são ações e políticas governamentais para regulamentação da internet, da propriedade intelectual e do combate à pirataria? Quais são as relações entre governo e indústrias na construção do discurso e do combate à pirataria?

Aula XI (02/06) – Propriedade intelectual e as novas formas de licenciamento

Discutir os novos desafios impostos ao direito autoral diante da maior facilidade de reprodução e compartilhamento de informações e bens culturais propiciada pelas novas tecnologias. São apresentados modelos alternativos às formas de licenciamento previstas na legislação autoral brasileira, entre eles o Creative Commons, o Copyleft e a Licença Arte Livre. Sem procurar se estender no âmbito jurídico destas licenças, o objetivo da aula é agregar à discussão sobre direito autoral a discussão sobre direito de acesso à informação, à educação e à cultura, tópicos essenciais na compreensão da cultura de compartilhamento nas redes ditas colaborativas, e instrumentalizar os alunos para a adoção de licenças flexíveis em suas ações na rede.

Aula XII (09/06) A crise da indústria fonográfica e a pirataria

Discutir as ações e políticas governamentais para regulamentação da internet, da propriedade intelectual e do combate à pirataria, e as relações estabelecidas entre o governo e a iniciativa privada na realização dessas ações. Apresentar também como vem se constituindo o debate público sobre o assunto, com o objetivo de desnaturalizar algumas informações sobre a pirataria que têm dificultado o aprofundamento do debate sobre os custos e benefícios econômicos e sociais das diversas políticas nessa área. Fazendo a relação entre os novos modelos de negócios praticados com a ajuda das novas tecnologias e a indústria cultural, a sessão visa também discutir as novas estratégias adotadas pelas grandes indústrias culturais para sair da suposta crise que estariam vivenciando.

Aula XIII (16/06) – A indústria da música e a regulamentação da internet no Brasil

Discutir o conceito de “Governança da Internet” e os marcos regulatórios que podem equilibrar o direito de autor e os direitos de acesso à cultura e à informação. Apresentar e discutir as medidas restritivas ao uso da rede que vêm sendo elaboradas em todo o mundo, com reflexos no Brasil.

Aula XIV(23/06) - Seminário

Aula XV (30/06) - Seminário

PROGRAMA DA DISCIPLINA


Ementa
:


Fundamentos políticos e econômicos da indústria fonográfica. O fonógrafo e a criação da indústria fonográfica. A indústria fonográfica, o pop e a cultura de massas. Tecnologias da comunicação e a construção da indústria fonográfica: rádio, TV e Internet. O problema dos direitos autorais. Novos agentes e os desafios à indústria fonográfica tradicional: a tecnologia digital, a pirataria, as gravadoras independentes e a troca de arquivos na Internet. A indústria fonográfica brasileira.


Objetivos:


Promover uma reflexão sobre a formação e as transformações da indústria fonográfica e o processo de reconfiguração pelo qual os negócios ligados à música passam nos dias atuais, associados ao desenvolvimento de novas tecnologias e a mudanças no modo de produção na atual fase do capitalismo.


Além disso, a partir dos conceitos discutidos, o aluno deverá
estar habilitado a analisar de forma crítica os modelos de inserção no mercado e ser capaz de elaborar um projeto de distribuição e promoção de artistas.


Outro objetivo é a criação de um blog da disciplina em que serão feitos os registros das principais ideias, conceitos e questões debatidas em aula, como forma de sistematizar os debates e ampliá-lo para além da sala de aula.


Metodologia:

As aulas serão divididas em duas partes, a primeira parte expositivo-dialogada e outra de debate. Na primeira parte, os professores farão a exposição do tema da aula e dos principais conceitos em questão. Na segunda parte, haverá um debate em torno de um texto previamente selecionado, no seguinte formato: uma breve exposição sobre o texto feita por um aluno apresentador, seguida de debate com a participação obrigatória dos alunos comentadores e colaboradores.

Obs.: Em algumas aulas previamente acordadas, podemos inverter a ordem das apresentações, ou seja, colocar o debate na primeira parte e a exposição-dialogada na segunda, como forma de aproveitar melhor a reflexão em torno do tema da aula.


Avaliação:

A avaliação será dividida em quatro atividades, cada uma valendo o peso descrito na tabela abaixo. As duas primeiras atividades têm peso peso 4 (2 pontos para cada) e corresponde à participação nos debates de aula em que cada aluno exercerá dois dos três seguintes papéis: apresentador, comentador e colaborador. No debate, que acontecerá na segunda metade de cada aula, caberá a cada um destes as funções descritas abaixo:


Apresentador: aluno responsável por apresentar o texto escolhido previamente para o debate.

Comentadores (2 por aula): aluno responsável pelo fomento do debate. Deve realizar ao menos 3 questões em torno do texto apresentado. É desejável que ele traga também exemplos para ilustrar o debate.

Colaborador: Aluno responsável pelo registro do debate e pela publicação do resumo do mesmo no blog da disciplina.



A terceira atividade tem peso 1 e consiste em participações voluntárias no blog e nas aulas, durante todo o curso.


A quarta atividade tem peso 5 e consiste na entrega do trabalho final escrito e na sua apresentação em forma de seminário. Os alunos, divididos em grupos, deverão escolher um músico, uma banda ou uma empresa de música para desenvolver UMA das seguintes opções, tendo como base os textos de leitura obrigatória:

(a) fazer uma análise crítica do modelo de inserção no mercado.
(b) elaborar um projeto de distribuição e promoção.

A avaliação se dará pela participação nos 3 papéis descritos abaixo, mais a realização do trabalho final.


quinta-feira, 25 de março de 2010

Estudo classifica a queda da indústria da música como ‘dramática’; enquanto isso, o mercado de vinis parece vivenciar bom momento

Aproveitando o debate da última aula em que se discutiu um pouco sobre as estratégias utilizadas pelas majors em face das tecnologias que tornaram o produto musical mais acessível, tanto no suporte  físico - ou seja, no CD considerado pirata - quanto em seu formato digital, deixo o link para uma matéria sobre estudo - encomendado pela Câmara Internacional de Comércio - acerca dos impactos provocados pela pirataria na oferta de empregos ligados à chamada "indústria da criatividade", na Europa. Interessante mencionar que embora as perspectivas sejam alarmantes, não se propõem alternativas. Por outro lado, o mercado de vinis parece estar em pleno vapor: o constante crescimento em vendas em todo o mundo é o que se espera por aqui, especialmente com a reabertura da Polysom. Única fábrica de vinis da América Latina, a Polysom estava desativada desde outubro de 2007. Comprada pelos proprietários da Deckdisc em abril de 2009, começou a operar no início desse ano e já lançou oficialmente 4 títulos da própria gravadora: "Cinema" (Cachorro Grande), "Onde Brilhem os Olhos Seus" (Fernanda Takai), "Fome de Tudo" (Nação Zumbi) e "Chiaroscuro" (Pitty).

quarta-feira, 24 de março de 2010

"De graça pra você e remunerado pro artista"

Um exemplo de alternativa diante da "crise" da indústria fonográfica:

Lançamentos

Confira o que está por vir aqui na Trama

A partir de 26 de março, quem acessar www.albumvirtual.trama.com.br confere novidades no layout e conteúdo do site. A estréia será marcada por Ed Motta, que convida a todos para ouvir, baixar e copiar gratuitamente Piquenique, décimo trabalho de sua carreira. A versão online traz de bônus o remix da faixa ''Turma da Pilantragem'' (Ed Motta e Edna Lopes) interpretada por Ed e Maria Rita.

Na lista dos próximos lançamentos estão os novos trabalhos da dupla Caju & Castanha, Pata de Elefante e Guizado. No segundo semestre estão previstos Rappin' Hood, Parteum, Mzurisana, seis coletãneas que comemoram os 12 anos da Trama e a coletãnea de songbook de Almir Chediak (inédita em formato digital).

Juntamente aos novos álbuns, a Trama põe no ar mais de cem títulos do seu catálogo. Facilidades de navegação e ranking de destaques compõem o novo desenho da página. O lema "De graça pra você e remunerado pro artista" continua sendo o fio condutor do projeto. "TV e rádio abertas funcionam assim há mais de 50 anos. A Trama acredita que esse é o caminho natural para a música", defende o presidente João Marcello Bôscoli. Todo download feito no Álbum Virtual é legal e o conteúdo oferecido não tem proteção DRM. O pacote para baixar traz uma série de facilidades para quem quiser, por exemplo, transferir os arquivos direto para o iPod ou iTunes.

Álbum Virtual

O Álbum Virtual é uma idéia pioneira, que possibilita baixar discos inteiros, incluindo encartes, vídeos e extras, de maneira legal e gratuita. No formato proposto pela Trama, o artista é remunerado por patrocinadores, sem que isso interfira na obra.

O projeto Álbum Virtual teve início em 2008 com o lançamento de Danç-Êh-Sá ao Vivo, de Tom Zé. Na sequência, a Trama lançou: Artista Igual Pedreiro, Macaco Bong; Donkey, Cansei de Ser Sexy; Chapter 9, Ed Motta; C_mpl_te, Móveis Coloniais de Acaju; Mensalidade, Single Virtual ED Motta. Os lançamentos foram patrocinados pela VR, Audi ou Volkswagen.

texto extraído de informe publicitário