sexta-feira, 2 de abril de 2010

A estrutura da Indústria Fonográfica: a configuração das multinacionais: debate da aula do dia 30 de março

O debate da aula do dia 31 de março foi sobre o tema “A estrutura da Indústria Fonográfica: a configuração das multinacionais”. Para dar base ao debate o texto escolhido foi “Organização, crescimento e crise: a indústria fonográfica brasileira nas décadas de 60 e 70” cujo autor é Eduardo Vicente.

A apresentação do texto ficou a cargo dos alunos Paulo Vitor e João que destacaram alguns pontos importantes. Paulo explicou que o texto traz a configuração das indústrias fonográficas no momento da sua instalação no Brasil. Além disso, o texto faz uma análise das indústrias nacionais e as internacionais.

Paulo observou que nos 1940 e 1950 havia uma insipiência do consumo da cultura. A partir disso é possível ver nos anos 1960 e 1970 a consolidação do mercado cultural por intermédio, também, do crescimento dos meios de comunicação em massa. Paulo destacou também, nos anos de 1970, o regime da Ditadura Militar promoveu a ampliação da privatização da indústria fonográfica.

Paulo destacou alguns dados estatísticos das vendas da indústria fonográfica no Brasil de 1966 e 1979. Dentre os dados apresentados pelo autor, Paulo ressaltou alguns, como, em 1968 o crescimento foi de 50% em relação ao ano anterior. Isso se deve a criação do cassete, o barateamento dos aparelhos e o milagre econômico. João retifica a questão da disseminação dos meios de comunicação, como o rádio. Além disso, Paulo mostra que em 1969 o aumento foi de 3,1%; ele analisa que esse fato ocorreu em virtude do aumento do ano anterior. E em 1973, o aumento chega a 45%.

Paulo sinalizou que o autor fez um histórico de cada major e destacou que a sua inserção no país trouxe o crescimento da música internacional no país. Embora houvesse esse aumento do consumo de música internacional, nunca ocorreu a dominação total do mercado no Brasil. Isso se deve as apropriações culturais feitas pelos artistas brasileiros, como é o caso do rock nacional que ganhou força influenciado pelo rock internacional, assim como a Bossa Nova. Houve também um processo de americanização no qual os artistas brasileiros faziam versões para músicas internacionais ou interpretavam as versões originais, como é o caso do cantor Fábio Jr. e do Maicon Sulivan.

Paulo mostrou a observação que o autor faz a respeito da Lei de Incentivo a Cultura de 1967 que reduzia o valor do ICMS as indústrias que incentivassem a cultura nacional. Na página 118 há um comentário sobre essa lei; segundo ele, a lei incentivou a discrepância entre as neighbors e as domésticas.

Paulo diz que o autor conta a história dos compactos (ou singles) que eram vinis com duas faixas, no máximo, e que serviam com divulgadoras da música. Os compactos são os precursores dos LPs. O autor coloca o LP de coletânea com o instrumento para o crescimento da SOMLIVRE.

O autor colocou o embate entre os conglomerados e as nacionais. Segundo o autor, ocorreu um achatamento em relação às indústrias fonográficas nacionais e as majors. Para tentar sobreviver a isso, as nacionais se agregavam a artista de apelo popular (artista de marketing) já que as majors se apropriaram dos artistas com maior prestígio (artista de catálogo).

O autor conclui colocando que a tendência foi (e ainda é) apostar no mercado direcionado ao jovem.

Kioma ficou respondeu por trazer questões referentes ao texto. A primeira questão que ele expôs foi a respeito do aumento da privatização da indústria fonográfica na Ditadura Militar. Kioma questionou como se deu essa opção pela privatização cultural. A segunda questão levantada foi em relação os dados estatísticos das vendas da indústria fonográfica no Brasil. A pergunta é a seguinte: “Por que o nacional sempre esteve à frente do internacional?”. Algumas possíveis explicações foram colocadas: O medo dos postos de venda em arriscar em produtos que eles não sabiam como seria o retorno; o produto nacional era mais seguro em relação às vendas; a população tinha uma alta taxa de analfabetismo e a língua estrangeira se tornava um limitador para esse público; Kioma ainda ressaltou a diferenciação entre a música internacional e a nacional. Para ele, a música internacional era para o consumo, ou seja, era uma música ouvia nas boates, nas festas, mas não tinha impacto tão forte sobre o público. E a música nacional era pro uso, ou seja, seu poder de impacto era maior, logo, as pessoas compravam mais esse produto. Além disso, havia uma política de identidade nacional e as novelas que, através da trilha sonora, incentivava o consumo das músicas nacionais.

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